sábado, 24 de abril de 2010

A primeira vez que fui chamado de intelectual foi aos 13 anos, me lembro bem da cena. Eu sentado na aula de Educação Física com um livro chamado " os 100 melhores contos da mitologia greco-romana ", e então fui chamado de intelectual, tenho certeza que o emissor não sabia o que isso significava, e eu também não, mas gostei do nome. Chegou uma época em que eu não quis ser mais nada, só intelectual, e o fui.
Em outra hora que não há intelectualidade capaz de resistir a linha vermelha do metrô, não há livro que faça a realidade de ter um VR na carteira desaparecer, e não há nada menos intelectual do que o direito, só administração, desisti.
Não que eu odeie meu curso, muito pelo contrário eu o amo,mas o Direito perde todo o seu charme quando está repleto de alunos com senso de justiça e que tangenciam a um polítcamente correto e até uma humildade que me dá um frenesi, pois todas as suas afirmações são levadas ao pé-da-letra, e tudo vira um grande discurso, e até não dizer nada vira silêncio qualificado. Quando se analisa demais tende-se a ficar burro. Eu sempre pensei assim- quando virar uma máquina de filosofar, eu viro um peão.
e então a frase acima vira um preconceito contra os peões, e assim eu morro.

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